O manifesto pela defesa da democracia que uniu os ex-candidatos à presidência Ciro Gomes (PDT) e João Amoêdo (Novo), os governadores João Doria (PSDB) e Eduardo Leite (PSDB), o ex-ministro da Saúde Henrique Mandetta (DEM) e o apresentador Luciano Huck é visto por parte dos signatários como um passo no debate de uma candidatura presidencial de centro, com força suficiente para romper a atual polarização entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A avaliação foi feita à CNN tanto por Amoêdo quanto por Eduardo Leite.
“Nós temos conversado, convidamos Moro a assinar, ele viu e aprovou o texto, mas questões profissionais o impedem de assinar um documento público. Mandetta tomou a iniciativa de redigir o texto diante do que vimos ontem (terça-feira) e é importante defender a democracia nesta efeméride relacionada ao golpe”, explicou Amoêdo, referindo-se às tumultuadas trocas no Ministério da Defesa e nos comandos das Forças Armadas, consolidada nesta quarta-feira (31), aniversário de 57 anos da deposição de João Goulart.
A reversão das condenações de Lula, decidida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin, fez com que essas conversas se ampliassem em direção a Leite, Huck e Doria, num primeiro momento, e depois rumo a Ciro. Na avaliação de um político próximo ao grupo, esse “centro expandido” precisa “subir o sarrafo” para romper a polarização entre o petista e Bolsonaro – em outras palavras, se antes seria possível ter mais de um candidato entre a centro-direita e a centro-esquerda, hoje a avaliação é de que será preciso somar forças desde a largada da corrida presidencial