Querido leitor,
Mais uma vez, terei como base para essa reflexão um fato marcante ocorrido na minha vida e espero que você esteja se agradando em conhecer um pouco sobre mim e que minhas experiências vividas possam fazer você se sentir bem. Essa é a minha principal intenção.
Nasci na casa dos meus avós, no segundo distrito da cidade de Rio Branco, e lá fiquei por quase 13 anos. Fui crescendo sem pressa e eles colaboravam com esse ritmo. Minha infância foi coroada de muita simplicidade e amor. Meu avô era comerciante, tinha negócios em Plácido de Castro e necessitava se deslocar todas as semanas e isso pra mim era muito triste.
Na época, o ônibus de viagem intermunicipal passava em frente à casa onde morávamos. Na varanda feita de madeira, semanalmente, eu ficava angustiada pelo embarque e esperançosa pelo desembarque.
Quando comecei a memorizar os dias da semana, logo tratei de saber qual dia vinha após a quarta e qual antecedia a sexta-feira. Antes de sair de casa, meu saudoso avô, para me consolar, falava baixinho no meu ouvido:
– Quinta-feira eu volto!
E logo em seguida vinha a pergunta tão coloquial:
– O que tu quer que eu traga?
Acreditem, com a garganta embargada de tristeza, eu conseguia listar poucas coisas e uma delas era leite moça (acredite, eu tive o prazer de chupar leite condensado na lata muitas vezes, sem ser assaltando a geladeira como faço atualmente rs)
Aí lá ficava eu, a olhar o embarque das mercadorias naquelas caixas resistentes de papelão. Eu ficava a olhar o volume delas que ia diminuindo aos poucos, e isso significava que restava pouco tempo pra ele embarcar e me deixar cheia de saudade e com 7 dias a esperar.
Após uma semana, naquele horário da constante chegada, lá estava eu na mesma varanda a tentar ouvir o barulho singular da descarga do velho ônibus de Plácido. Na vinda, a porta do desembarque ficava do outro lado da rua e eu me abaixava pra ver por baixo do ônibus as velhas alpargatas cearenses descendo pelos degraus poeirentos.
– Ele chegou vó – gritava eu de alegria!
Minha vó, muitas vezes da cozinha, enxugando as mãos em um guardanapo e olhando desconfiadamente, dizia:
– Espere ele entrar, Ninha!
Preciso agora dizer pra você, meu leitor querido, que essa frase era melodia ao meu coração.
Hoje eu também continuo a esperar alguém muito querido! Alguém que disse que viria me buscar pra morar com Ele no lugar preparado especialmente não só para mim, mas sim para todos os que O aceitarem. Eu continuo contando os dias e quando estou com muita saudade, olho para o céu, fecho os olhos e meu salvador, Jesus Cristo, faz eu lembrar da promessa que fez:
“Eis que venho sem demora (…)”. Apocalipse 3:11.
É só um pouco mais que temos que esperar, e essa espera deve ser acompanhada de um sincero e vigilante preparo. Jesus Cristo vai voltar pela segunda vez a essa terra e essa é a mais linda esperança que tenho. Quero compartilhar principalmente com quem não conhece a alegria de viver ao lado de um Deus que não falha e que cumpre Suas promessas.
Gertrudes Maria
12 de Janeiro de 2021