O acreano Igor Frota passou quase uma semana para chegar ao Acre vindo de Cochabamba, na Bolívia, onde está concluindo o curso de medicina, para se apresentar para a guerra contra o coronavirus. A viagem foi longa, mas segundo ele valeu a pena. Ele é mais um homenageado pela coragem de ir para o front brigar contra um inimigo invisível que assustou toda a humanidade. Conheça melhor o Igor por ele mesmo:
Meu nome é Igor Frota Andrade, 22 anos, natural da cidade de Rio Branco Acre. Atualmente estudante do 7° periodo do curso de Medicina, estudo na cidade de Cochabamba na Bolívia. Desde pequeno sonhei em cursar medicina, porém quando terminei meu ensino médio em 2015, me matriculei e cursei 2 anos de engenharia civil, no fim do meu 2 ano estudando engenharia, parei e refleti que eu não estava feliz com o curso e resolvi ir em busca do meu sonho de cursar medicina que estava adormecido.
Resolvi procurar alternativas para ir em busca desse sonho, pela grande concorrência e dificuldade de ingressar na universidade federal do meu estado e o alto custo na universidade privada da minha cidade. Optei por encarar o meu sonho indo ao país vizinho. Além das dificuldades e obstáculos que o curso de medicina impõe em todo mundo, encarei uma cultura nova, um idioma novo, é uma cidade nova, onde eu não conhecia nada e nem ninguém. Os primeiros meses até a adaptação foi complicado, mas depois do 1 semestre eu já estava adaptado ao país e todas diferenças existentes e eu só tinha mais força de vontade pra encarar o curso e terminar os estudos.
Hoje estou no 7 período do curso de Medicina, e com toda pandemia que estamos vivendo no mundo, a Bolívia declarou quarentena desde o dia 13 de março e todas as faculdades suspenderam as aulas práticas e teóricas, no dia 22 de março o país declarou quarentena total com fronteiras fechadas e circulação de pessoas apenas 1 dia por semana de acordo com o número da sua identidade, nessa situação por 3 semanas.
Então busquei uma forma de voltar para Rio Branco, e através do consulado geral do Brasil em Cochabamba juntamente uma frota de ônibus da Bolívia. Chegamos até a fronteira com o Brasil na cidade de Corumbá-Mato Grosso do Sul. Depois de mais 4 dias de viagem em ônibus consegui chegar em Rio Branco onde me encontro no momento junto a minha família. Diante dessa pandemia e a incerteza de quando irá terminar ou estabilizar e diminuir, estamos com a volta as aulas sem data definida. Contudo, diante de toda situação que se encontra o mundo, isso serve de combustível para terminar o curso e ajudar nossa população no futuro.
AGORA ACRE