O secretário de Segurança Pública do Acre, Paulo César, fez duras críticas sobre a atuação da Força Nacional no estado acreano. Os depoimentos foram dados durante uma coletiva, nesta segunda-feira (27), para falar sobre as ações das polícias para combater a onda de violência no estado.
“Me perdoem, a Força Nacional é uma falácia criada pela União. É uma falácia criticada por todos os secretários de Segurança Pública do país. Em todas a oportunidades não serviu de nada, está aqui há oito meses cumprindo papel em Plácido de Castro para cuidar da ponte e no sábado passado a Polícia Militar, em parceria com a Polícia Nacional Boliviana, em razão de um roubo no bairro Canaã na noite anterior, recuperou o veículo do outro lado da Bolívia porque passou em frente à Força Nacional”, criticou.
Ainda segundo o secretário, apenas dois policiais da Força Nacional ficam nos postos em Assis Brasil e Plácido de Castro, quando, na verdade, há outros 30 disponíveis para as ações. Para o secretário, a ajuda da companhia é de extrema importância, mas quando o domínio das ações ficam na responsabilidade do Estado e não da União.
“Tem dois lá e não fazem nada, não param ninguém, então, concordo com a Força Nacional, mas desde que esteja sob a coordenação do Estado e tenha autonomia para dominar as autuações. Como esteve aqui nas outras oportunidades não serve de nada. Falo isso em nome de todos os secretários de segurança. Somos veemente contra a Força Nacional e somos favoráveis a uma Força Nacional de controle de fronteira já que a União não cumpre seu papel de controlar as fronteiras”, frisou.
O G1 aguarda o posicionamento do Ministério da Justiça sobre as declarações.
Ainda na coletiva, o secretário falou sobre a chacina que deixou seis pessoas mortas na Rodovia Transacreana, zona rural de Rio Branco; o acidente com o helicóptero do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer); as mortes violentas registradas no estado e as duas fugas no maior presídio do Acre, o Complexo Prisional Francisco d’Oliveira Conde (FOC).
Crise na Segurança Pública
Para o secretário Paulo César, a atual crise na Segurança Pública se deu após alguns fatos registrados no mês de janeiro, entre eles: mortes violentas no estado, chacina na Transacreana, acidente com o helicóptero do Ciopaer e fugas no FOC.
“Tivemos algumas estratégias estabelecidas em novembro e dezembro do ano passado, que garantiram a redução no número de roubo de veículos. Mas, tivemos quatro episódios pontuais este mês que faço questão de responder de que forma estamos tratando”, disse
Mortes violentas
Sobre as mortes violentas registradas no estado, o secretário explicou que há uma disputa de uma determinada região da capital acreana, que engloba seis bairros, usada como passagem de insumos do crime. Ele acrescentou que essa disputa foi responsável pelo aumento em 37% na violência no estado.
“Um simples fato impulsionou essa quantidade. Por isso, vamos instalar de fato, na quarta-feira (29), uma base de Polícia Integrada na Cidade do Povo como condição de resposta naquela região. Tem impactado na violência aquela região, que tem um olhar diferenciado do crime organizado em razão da posição estratégica aqui na capital”, argumentou.
Chacina na Transacreana
Paulo Cézar falou também sobre a chacina na Rodovia Transacreana, que deixou seis pessoas mortas no último dia 18. Segundo ele, foi destacado um delegado exclusivamente para cuidar das investigações do caso e duas pessoas já foram presas. Há ainda três mandados de prisão a serem cumpridos contra outros suspeitos.
“Fortalecemos o policiamento na região. Há peritos destacados para atuarem exclusivamente no caso. Temos três mandados a cumprir ainda contra pessoas que participaram do crime”, contou.
Em coletiva, governo falou sobre as ações desenvolvidas para combater a violência no estado — Foto: Tálita Sabrina/Rede Amazônica Acre
Em coletiva, governo falou sobre as ações desenvolvidas para combater a violência no estado — Foto: Tálita Sabrina/Rede Amazônica Acre
Helicóptero do Ciopaer
Sobre o acidente entre o helicóptero do Ciopaer e um caminhão baú, o secretário que todos as perícias foram feitas e aguarda a conclusão dos trabalhos investigativos. No sábado (24), a aeronave foi retirada do local da batida e levada para um galpão do Ciopaer.
“Toda aeronave do Poder Público tem seguro. É um seguro total, que chega a R$ 17,5 milhões em caso de perdas totais e indenizações de terceiros. Fiz um contato pessoal e acompanhei todos os procedimentos da seguradora e acreditamos que teremos a nossa aeronave nos próximos meses em condição de retomar as atividades. Estamos esperando o desenrolar do processo administrativo para que outra aeronave esteja em condições de operar”, afirmou.
Fugas no FOC
Cézar disse que participou no sábado (25) de uma reunião com representantes das polícias do estado, Ministério Público do Estado (MP-AC), do Instituto de Administração Penitenciária do Acre e o delegado responsável pelo inquérito policial.
Ele revelou que ficou acertado que todos os depoimentos sobre as duas fugas vão ser integrados com todos os órgãos de segurança.
“O Estado está colocando a transparência acima de tudo, até porque o órgão de controle externo acompanha os atos. Para que não ocorra tratamento privilegiado, a tomada de depoimentos será de forma integrada por todos os órgãos”, relembrou.
O secretário ressaltou que o Estado tem se esforçado para prender os foragidos e também garantir a segurança da população prendendo os responsáveis por outros crimes cometidos no estado.
“Não podemos de forma aleatória passar a mão na cabeça daqueles que têm responsabilidade de manter essas pessoas [presas], independente se é policial penal ou militar. Temos uma série de ações, temos barreiras em todo estado, investigações deflagradas para todos esses episódios e temos equipes de capturas das polícias em operação diariamente para prender os foragidos e quem comete crimes”, concluiu.
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